Um projeto antigo
- A. Martins
- 12 de fev. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 23 de mai. de 2022

Eu ainda não tinha meus filhos, não tinha cabelos brancos e não tinha confiança em mim. Toda a minha energia estava canalizada no curso de História e no meu chéri.
Mas eu me lembro bem do instante em que Berenice me pediu, pela primeira vez, que eu contasse sua história - hoje, quando algum autor afirma que fala com seus personagens, eu acredito plenamente. Naquele momento, eu visualizei uma menina baixinha, invocada, em trajes de pastora, na Roma Antiga, olhando para mim da... Capadócia. Assim mesmo, com todos esses detalhes. Eu passei alguns dias intrigada com aquela imagem, mas acabei deixando pra lá.
Mas eis que Berenice me importuna outra vez. "Venha aqui", ela disse, "vou te falar de um encontro inesperado, que mudou minha vida". E dessa vez eu visualizo a pastora baixinha com um senhor muito idoso, com um olhar muito profundo. Os dois juntos pareciam determinados e eu não tive outra alternativa a não ser escutar sua história.
E ali eu escrevi o primeiro capítulo de Berenice da Capadócia: a jornada do não-herói.
Daí veio o casamento, a formatura, os filhos, mudança de país, volta para o Brasil e tantas outras coisas que nos absorvem em dias que se sucedem até se acumular em anos. Mas todo esse tempo, Berenice estava ali, em segundo plano, envelhecendo junto comigo.
Há dois anos decidimos voltar para a França. Eu deixei o trabalho que eu tinha e me decidi: agora era o momento de escrever, de escutar o que Berenice tinha para me dizer e compartilhar sua história com quem quiser ouví-la.
Foram pelo menos quinze anos de espera, mas hoje eu vejo que eles foram fundamentais para que eu compreendesse melhor onde queria chegar. Eu queria que o leitor pudesse viajar até a Roma Antiga, nessa terra tão surpreendente e enigmática que é a Capadócia.
E queria que nessa viagem, cada um que a fizesse, ao final descobrisse também a sua própria história, porque assim como a grande massa de anônimos que somos eu, você e tantos outros, Berenice também não foi uma heroína. Nada em seu mundo é mágico e ela não recebe um chamado de heroísmo. Mas à sua maneira, fazendo escolhas e enfrentando todas as dificuldades, ela teve uma vida extraordinária. Acredite, você também tem.
Sempre adorei seus textos, Parabéns pelo livro e muiiiito sucesso :)
Que legal ver vocês aqui. A Berenice logo vem 😉
Estou ansiosa para conhecer Berenice e suas aventuras na Roma Antiga. Sucesso e muita inspiração nessa jornada. Bjs
Eu encheria de emojis de coraçõezinhos no final s2 s2 s2
Curiosa para ler essa história!!!
E vamos embarcar no magnífico mundo de Berenice